sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Pra terminar bem a sexta -feira

Essa semana eu voltei a frequentar uma fraternidade espírita. E sabe o que aconteceu, aprendi que eu acabei na profissão errada. Acabei descobrindo que não posso fazer o que faço, ou seja julgar as pessoas.
Embora eu seja apenas advogado, ainda assim, amar as pessoas incondicionalmente é uma tarefa ao mesmo árdua e simples.

Não fazei a outro aquilo que não gostaria que se lhe fosse feito. Amais vossos inimigos como a ti mesmo. Dar a outra face.

Parece fácil? Difícil? Pois eu garanto que é ambos.  Quem nesse mundo está em condições de fazer como os judeus e atirar uma pedra, sem pesar seus próprios pecados? Quem de nós está REALMENTE livre de pecados? Bom, eu garanto que nem mesmo eu. Ou você, ou nenhuma alma encarnada neste globo. Sempre pecamos um pouco. Seja por um leve momento de preguiça, gula, avareza, inveja...afinal, Deus não determinou que o pecado seria pecado a partir deste ou daquele momento, em certos casos só pensar no pecado é pecado. Assim, encaro da seguinte forma, não somos puros.

Quanto ao que nos foi dito na palestra do dia, não somos ainda pessoas capazes de compreender o Cristo e a mensagem de inteligência que ele deixou a ser semeada aqui embaixo. Ainda brigamos, apontamos, julgamos caráter e ações, quando deveríamos apenas tentar iluminar o caminho de um irmão menos esclarecido. Seja ele encarnado ou desencarnado.

Nós, seres humanos, nos julgamos animais racionais e inteligentes, mas matamos por prazer, roubamos, privamos os mas fracos de itens e ações que não nos custariam nada mais. Ainda assim, não paramos para nos auto avaliar. Dirão, "mas os juízes julgam". Sim, mas eles não fazem o que há de mais errado em nós, que é o julgamento de caráter. Os malfeitores são julgados por atos e determinações das leis dos homens, e portanto, acredito que existe neste caso uma excusa de consciência, pois os juízes não podem e não devem emitir juízo de valor acerca daquilo que não lhes é permitido pela Lei.

Voltando ao ponto inicial, devemos oferecer a outra face, o que muitos chamariam de "ter sangue de barata". Eu chamo de humildade, compreensão, aceitação da existência de uma Lei maior que fatalmente cumprirá seu objetivo que é endireitar de acordo com os desígnios de Deus o ato bizarro cometido alimentado pela vingança, pelo desejo de retribuição.

Após anos me dedicando ao aprendizado ensinado a Alan Kardec e transmitido por corações simples e calorosos como Chico Xavier e por irmãos de Luz como André Luiz, creio que é mais fácil do que difícil por em prática o ensinamento do mestre. Basta engolirmos nosso orgulho próprio, não a ponto de nos rebaixarmos, mas para sabermos que assim como aquele que comete em primeiro momento um erro, também nós podemos cometer um erro, de mesmo porte ou maior, na medida em decidimos como atuar perante o ocorrido. Se julgamos alguém ,estamos tomando para nós um poder que não nos pertence, e assim, usurpamos a grandeza de Deus e Jesus de fazer aquilo que somente eles podem.

Assim, não peço a ninguém que acredite no que digo, ou no espiritismo, mas na lição que aprendi. Igualdade. Perdão. Amor e compaixão. Tais sentimentos deveriam mover o mundo e não a dor e violência exacerbada que vemos diariamente.

Enfim, quando soubermos que não devemos levar certos ensinamentos ao pé da letra e que podemos e devemos tirar das entrelinhas tantos outros, nos faremos mais merecedores da Luz divina, nos tornando aquilo que devemos ser um dia. Um com Deus.

Paz e Luz.

E boa sexta-feira a todos.

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